UM SENTIMENTO QUE DÓI
“Transportou a toda Jerusalém,
todos os príncipes, todos os homens valentes, todos os artífices e ferreiros,
ao todo dez mil; ninguém ficou, senão o povo pobre da terra.”2 Reis 24:14
Ao
longo da vida já experimentei variadas sensações. Ganhei, perdi, tive medo em
alguns momentos, coragem em tantos outros, são sensações e sentimentos que
marcam a vida. Lembro-me de um episódio que ficou marcado profundamente em mim.
Era pastor no estado do Pará, numa pequena cidade às margens da Transamazônica
chamada Itupiranga. Banhada por um enorme rio e cercada por densa floresta.
Era
frequente encontrar cobras mortas, atropeladas por carros, na rua em frente a
minha casa. Fiquei por quase 2 anos nesse lugar e raras vezes vi algumas ainda
com vida. Apesar de ter medo desses répteis, transitavam com tranquilidade na
rua e sentia-me seguro dentro de casa.
Até
que uma manhã, minha esposa acordou e deu de cara com uma cobra venenosa com
mais de 1,5 metros de comprimento dentro de nossa cozinha. A tranquilidade de
uma manhã normal deu lugar ao pânico de medo. Vizinhos foram chamados para
tirarem a cobra. Daquele dia em diante, nunca mais dormi profundamente naquele
lugar.
Embora
essa tenha sido uma experiência marcante, o sentimento de medo e impotência
estão longe de serem o sentimento que mais me machucaram. Acredito,
que não nenhum sentimento mais doloroso do que a rejeição.
Quem
de nós nunca sofreu com isso na vida? Quem de nós nunca passou pela experiência
de ser o último escolhido para uma partida de futebol? Ou, o último a ser
escolhido por um grupo para um exercício de classe? Quem de nós nunca provou o
gosto amargo de ser preterido, ao invés de preferido? Seja para uma partida de
futebol, um exercício em classe ou para uma atividade na igreja, o fato é: não
gostamos de ser esquecidos, rejeitados.
Nabucodonosor
havia cercado Jerusalém. Toda cidade estava sitiada. Joaquim, rei de Judá, vai
ao encontro do rei da Babilônia, que o toma como prisioneiro, assim como uma
boa parte do povo israelita. Contudo, a bíblia menciona que alguns foram
deixados para trás: o povo pobre da terra.
Princípes,
homens valente, e todo aquele que possuía alguma ou qualquer habilidade fora
aprisionado e levado escravo. Mas os inúteis, os imprestáveis, aqueles que não
poderiam contribuir com absolutamente nada, foram abandonados a sua própria
sorte.
Talvez
o mundo tenha lhe pregado esse tipo de peça, e hoje você seja obrigado a
conviver com o sentimento de rejeição. Talvez você tenha sido rejeitado por
seus pais, ou esteja em um asilo porque foi rejeitado por seus filhos depois da
velhice. Quem sabe pode ter sido rejeitados por um cônjuge que encontrou alguém
mais novo, ou por amigos que o abandonaram depois de ter você aceitado a
Cristo. Talvez você seja como o povo pobre de Israel que foi deixado para trás,
mas atente para um detalhe: podem ter sidos rejeitados, mas ainda continuavam
livres. Foram rejeitados, mas não estavam desamparados.
O
Senhor nos enche de promessas em sua palavra: “Porque se meu pai e minha mãe me
desampararem, o Senhor me acolherá.” Salmos 27:10; “Porquanto o Senhor teu Deus
é Deus misericordioso e não te desamparará...”Dt. 4:31; “Acaso pode uma mulher
esquecer-se do filho que mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu
ventre? Mas ainda que esta viesse a
se esquecer dele, eu, todavia não me esquecerei de ti.” Is.
49:15
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